sábado, 6 de março de 2010

das insónias II

[...] as palavras estão em todo o lado, em mim, fora de mim, ora essa, ainda há pouco não tinha espessura, ouço-as, não preciso de as ouvir, não preciso de uma cabeça, é impossível pará-las, é impossível parar, sou de palavras, sou feito de palavras, das palavras dos outros, que outros, e o lugar também, o ar também, as paredes, o chão, o tecto, palavras, o universo está todo aqui [...]

Samuel Beckett, O Inominável

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